28/12/2010

Dos balanços que se fazem


O Natal já passou agora já só para o ano é que há mais. Foi como já esperava, nada de novo, de ano para ano acho que o encanto cada vez se vai perdendo mais.
Agora já toda a gente está na fase dos preparativos para a passagem de ano, fazem-se projectos, fazem-se listas de pedidos para o novo ano que aí vem, tomam-se resoluções que depois acabam-se perdendo por várias razões ao longo dos meses.
Nunca fui de fazer essas listas, tal como nunca pedi para o Natal, também nunca pedi para o ano seguinte. Até à três anos atrás também tinha o hábito das 12 passas à meia-noite e os desejos resumiam-se aos mais comuns, a saúde, paz, emprego, felicidade, os bens materiais nunca faziam parte da lista.
Já não o faço, não como as passas, nem faço nada de especial à meia-noite. As coisas não mudam só porque deixa de ser 2010 e passa a ser 2011.
Claro que quero continuar a ter saúde e emprego e ter os meus pais sempre ao meu lado, mas isso são desejos diários, são pedidos e agradecidos todas as noites ao deitar-me.
Esta altura do ano é complicada, como tantas outras o são, mas agora inevitavelmente faz-me olhar para trás e fazer o balanço do que se passou.
Foi um ano melhor interiormente, foi um ano em que sorri um pouco mais, saí mais, diverti-me mais, cimentei amizades antigas e criei novas.
Mas também foi o ano em que te senti mais distante, onde quase não soube de ti, foi o 1º Natal em que não falamos ao telefone, em que não estive contigo uma única vez nestes meses...
O ano onde o vazio que está cá dentro é cada vez maior, onde cada vez mais me desencanto com a caminhada que está a ser a minha vida. O ano onde me confrontei com a realidade com que vivo diariamente, onde senti definitivamente perdidos sonhos de uma vida toda.
Sinto-me muito cansada, cansada de muita coisa, cansada de sofrer, de continuar amar-te da mesma forma e achar que nunca vai terminar. Sinto-me sozinha, sinto-me cada vez mais sozinha. Porque podemos ter uma multidão à nossa volta e mesmo assim sentirmo-nos sozinhos e a verdade é que é assim que me sinto.
Passo o dia a trabalhar com pessoas fantásticas, tenho amigos e família mas depois ao final do dia entro em casa e não tenho ninguém para partilhar conversas, silêncios...
Não te tenho a ti... E isso não vai mudar só porque o ano de 2010 vai terminar e vamos entrar em 2011...

Geri



24/12/2010

Bom Natal!

Bem, parece que chegou o Natal e tudo aquilo que vem agregado a ele!
No meu caso é uma viagem de alguns kilómetros até ao centro do país, o reencontro com a familia, uma lareira sempre pronta, conversas, risos e paz.
Este ano também é a única coisa que peço, que seja mais um Natal pelo menos igual aos anteriores.
Não peço prendinhas, nao há nada que tenha pedido. Aliás nunca fui de pedir nada, sempre achei mais piada aos embrulhos do que depois ao que vinha lá dentro! Sou assim esquisita! :)
As únicas coisas que quero é continuar a ter saúde, os meus pais bem ao meu lado e os meus amigos sempre comigo! O resto? O resto não vou ter, continuo a desejar mas sei que não se vai concretizar...
Desejo para todos os óptimo Natal, se pudesse falava directamente com todos aqueles que estão aqui na minha lista ao lado e dizia-lhes que das melhores prendas que tenho recebido ao longo do ano é a vossa companhia virtual, porque apesar de só há muito pouco tempo ter iniciado este blogue, há muito tempo que vos leio diariamente e comentava com o meu nome "real".
Aquelas que me seguem (pouquinhas mas muito boas!) o meu beijinho especial!
A todos os outros mesmo que cá não venham Feliz Natal, junto dos que vos são mais queridos e com tudo aquilo que desejarem!
Parece frase feita mas é do fundo do coração! Bom Natal!

Geri

20/12/2010

São os melhores do mundo e são meus!

Nas últimas passagens de ano tenho ficado em casa com os meus pais. Além de ser uma data que me diz pouco, a vontade de festejar não tem sido nenhuma.
Este ano porém vai ser diferente e vou passá-la com amigos. Ontem disse isso à minha mãe e perguntei-lhe se ficava triste por não estar com eles os dois e deixá-los este ano, resposta da minha mãe: "Não fico nada triste, fazes bem em ires, eu só quero que tu sejas feliz!".
E ali ao ouvir aquilo e a olhar para a minha mãe o meu amor por ela aumentou mais, muito mais (e ele já é bem grande!).
Naquele momento reforcei o meu pensamento de que os meus pais são realmente fantásticos e que os adoro mais que tudo! Percebi também que continuam preocupados comigo, mesmo que não se fale sobre isso. E quanto mais não seja por eles tenho de lutar, tenho de tentar ser feliz. Não que seja uma coitadinha e uma triste, mas tenho de continuar a andar para a frente mesmo nos dias em que não me apetece nada e ainda são muitos.
Como escrevi no título são os melhores do mundo e são só meus! :)
Sinto tanto orgulho em ser filha deles!

Geri

15/12/2010

Linha da Frente - Reportagem "Abre-te Cérebro"

Via o programa "Linha da Frente" hoje da RTP  e no meio de tanta coisa má, de tanta coisa triste que vemos acontecer no nosso país, fiquei com o coração a transbordar de felicidade e de orgulho.
Hoje era sobre doenças neurológicas, parkinson, novos métodos para combatê-las. Não temos um sistema de saúde perfeito, ainda não chega a todos conforme deveria, mas temos muitas coisas das quais nos devemos orgulhar muito.
Eu sou suspeita na opinião sobre tudo o que vi, a reportagem focou o Hospital de São João e o neurocirurgião Dr. Rui Vaz, olho para esse médico quase como se fosse um herói. Na verdade para mim ele é! Foi o responsável há anos atrás pela cirurgia do meu pai, onde lhe removeram um meningioma no cérebro. Nunca nos escondeu nada, sempre foi duro nas respostas que nos deu, mas a ele devemos o facto do meu pai aqui estar sem nenhuma sequela, ao nosso lado!
Ver na reportagem o exemplo de um senhor que sofria de parkinson e depois de operado (operação essa efectuada com o paciente acordado!) vê-lo mais tarde já a tocar acordeão na sua aldeia fez-me ficar de lágrimas nos olhos. Tanta coisa em que não pensamos, tanta coisa que temos como garantido e na verdade tanta coisa a que devemos dar realmente importância.
A reportagem fez-me recordar uma altura da vida difícil mas fez-me também agradecer tudo o que tenho.
Agradeço à vida a saúde dos meus pais, a minha saúde e daqueles de quem gosto.
E dou os parabéns e agradeço ao bons médicos que temos e que todos os dias lutam para que novos métodos sejam descobertos e salvem vidas que já não têm esperança.
Obrigada!

08/12/2010

Jantar de Natal



Com Dezembro chegam também os tão almejados (ou não!) Jantares de Natal. Ontem tive o primeiro, e digo primeiro porque ainda me faltam no mínimo mais dois.
Com a crise que afecta o país este ano as coisas foram um pouco diferentes, nem tudo correu como deveria. Valeu pela oportunidade de nos juntarmos todos, por partilharmos da companhia uns dos outros sem pressas, nem stress do trabalho. Serviu para dançar um bocadinho, para rir, para tirar muitas fotos e para "cuscar" sobre alguns dos modelitos que apareceram por lá! Típico do ser feminino não é? :)
E apesar das coisas que podem correr ainda melhor serviu para ter muito orgulho na equipa que somos, no grupo de trabalho que temos e na chefe que nos dirigiu as melhores palavras do mundo!
Gosto muito do que faço, gosto muito das pessoas com quem trabalho. Sei que são poucas pessoas que o podem dizer. E ontem mais uma fez senti isso.
Se é perfeito? Nada é perfeito, mas quando olho para a realidade que se passa à nossa volta penso que está muito perto da perfeição. Por mim já só peço que continue assim, sem mudanças.
Eu vou continuar a levantar-me de manhã a saber que vou passar as próximas oito horas de trabalho com muita confusão, muita gente demasiado diferente, algum caos por vezes, mas sem me apetecer estar em outro sítio a trabalhar que não ali!

Geri

01/12/2010

Chegou Dezembro...

E chegamos a Dezembro.
O mês onde a maioria das pessoas anda contente, onde se pensa em coisas boas, em prendas, em família. Onde as luzes piscam nas ruas e nas casas de cada um. Em que se sente um espírito diferente que paira no ar.
Dezembro também já foi dos meses em que andava mais entusiasmada. Em que sorria constantemente, em que gostava de tudo o que esta época trazia. O primeiro dia de Dezembro sempre foi o dia em que fazia a árvore de Natal, em que efeitava a casa, adorava cada segundo, a árvore, o presépio, velas, luzes, tu...

Este é o terceiro Natal em que deixei de o fazer. Nunca mais enfeitei nada, nunca mais tive o que quer que fosse alusivo a esta época em casa. Perdi esse gosto, perdi a vontade de a viver. É o terceiro ano em que desejo que o mês passe rápido porque não quero relembrar nada.
Sei que não devemos colocar nas mãos dos outros a vontade para fazermos o que quer que seja, é uma responsabilidade que os outros não pediram e é injusto para nós próprios. Mas não consigo, não tenho vontade.
Natal continua a ser família, continua a ser o convívio com os que me são mais queridos, continua a ser o 24 e 25 à lareira, com muita confusão e muita gente a falar ao mesmo tempo.
Mas já não é a minha casa enfeitada, já não é o nosso cantinho decorado como gostávamos, já não é ficarmos abraçados a olhar para o que tinhamos feito e orgulhosos do que tinhamos. Já não é olhar para ti e ver-te entusiasmado como uma criança porque me tinhas comprado algo especial e fazias um esforço enorme para esperares pela noite e me dares, ou a ver-te abrir os presentes com um brilho no olhar...
Hoje passou mais um dia 1 de Dezembro e voltei a lembrar-me de tudo isso. Olho à minha volta e custa-me ver tudo "vazio". Mas já não te tenho para partilhar a magia que este mês traz e não me apetece festejá-lo "sozinha"...

Geri